segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Sra. Warlanda ajuda você

 
Boa noite. Não, boa noite, não. Para começar é melhor um olá, talvez? Não sei. Nunca havia escrito para uma revista antes, por isso não sei como começar. Bom, acredito que um olá está de bom tamanho. Gosto de revistas, livros, leio jornais também. Mas sempre vou direto aos pontos que me interessam: política, economia, atualidades. Não sou de ler horóscopo, sensacionalismo e outras coisas banais, essas eu pulo. Ou melhor, não lia. De umas semanas para cá, devido a alguns problemas, venho me sentindo diferente. E tal diferença foi que me fez começar a folhear essas páginas até então não exploradas, por tratar-se de assuntos que não estavam em meu âmbito de interesse. Confesso que eu nunca havia lido um horóscopo antes. Nunca acreditei nisso. Talvez quando o homem o criou funcionasse. Mas após a invenção da imprensa, e a propagação da internet, já não tenho tanta certeza quanto a sua veracidade, sendo que qualquer um pode escrever o que quiser. Mas, após minha mudança repentina de interesses, passei a lê-lo, mesmo que ainda me reste uma pontinha de dúvida. Agora, leio-o todos os dias, virei leitor fiel, não consigo ficar um dia sem descobrir o que os astros têm a dizer para mim, sempre na espera que algo bom seja revelado de antemão. Claro, minhas interpretações são sempre bem quistas, pois as interpretações que podem ser feitas em um horóscopo são inúmeras; mas sempre tento puxar as coisas para meu lado, fazendo pensamento positivo, na tentativa de atrair só coisas boas – como naquele livro que explica a lei da atração. Livro que após minha repentina mudança de interesses, já li duas vezes.

Nunca havia notado que nessa revista havia uma parte voltada para o emocional do leitor, em que pessoas enviam cartas ou e-mails, falando um pouco de si e de seus problemas do coração. Nada de disritmia cardíaca, angina ou problemas cardiovasculares; refiro-me no sentido figurado, coisas sobre o amor, sabe? Pois nesse ínterim de mudanças das ultimas semanas, descobri essa coluna intitulada “Sra. Warlanda ajuda você”. E, olha, percebi que aparece de tudo: desde pessoas que brigam com seus namorados pela forma que espremem o creme dental, até criaturas que se apaixonam pelo cunhado, tia-avó, sogra, ou objetos inanimados. Houve um caso de extrema curiosidade, que um rapaz afirmava ter se apaixonado por sua cabrita de estimação – codinome Anita, o dela, porque o dele não foi revelado – e jurava que a troca de afeto era recíproca! Fiquei pensando o que deve passar pela mente dessa pobre cabritinha. Ou melhor, dela e de seu esposo. Bom, o que quero dizer, é que após ler diversos relatos de pessoas expondo seus problemas e conflitos, e após Sra. Warlanda ter dado seu diagnóstico da situação que geralmente vem em forma de sábias palavras de conforto, estímulo ou consolo, decidi por abrir meu coração a todos – não é nada bizarro, como o caso de Anita, nem se refere a uma paixão proibida por minha tia. É apenas mais um caso de dor de cotovelo, como tantos que acontecem todos os dias. Serei resumido, tentarei não estender muito meu caso: Conheci uma pessoa, começamos a nos relacionar e terminou. Simples, não? Claro que não! Falando assim, até parece que estou vendo a situação de forma fria, o que não é verdade. É que esse é meu jeito, entende Sra. Warlanda? Às vezes falo pelos cotovelos sobre diversos assuntos; noutros não aprendi a não ser moderado - o que é esse caso. Mas preciso dizer que grande parte do problema que segue em minha vida, tem e não tem haver com esse fato consumado. Esse é um fato reservado, mas que faz parte de um todo, um todo composto de vários outros fatos isolados. Um conjunto de fatos isolados, que possuem em semelhança, não pessoas ou atitudes, mas os mesmos finais. Como se perder várias vezes em uma cidade, e chegar sempre na mesma praça; como assistir vários filmes, sempre com o mesmo tipo de fim; ou ouvir várias músicas que sempre falam sobre a mesma coisa. Frustrante, eu sei, mas com o tempo peguei a linha da coisa, e aprendi a limitar alguns sofrimentos desnecessários – pois com a prática, se tenta chegar à perfeição. E quando isso ocorrer, quem sabe eu não pare de sofrer no todo, e comece a perceber que realmente não há motivo para sofrer? Pois as coisas são ou não são; e se não o são, simplesmente, não são, compreende? Eu tento, mas até agora ainda não consegui ser assim. As coisas na pratica são muito mais difíceis do que na teoria, e elas nem sempre andam em paralelo, não acha?

Sra. Warlanda, já não sei se eu me relaciono com as pessoas erradas, por ter uma espécie de ima em meu corpo que as atrai, ou se as pessoas erradas é que se relacionam comigo, pelo inconsciente delas conseguir detectar quem é o alvo que está mais próximo e é o mais fácil em uma distância de mil metros, e elas virem direto em minha direção, e lançarem um sorriso como forma de aproximação, para assim, conseguirem atrair minha atenção. O que quero dizer é que não tenho sorte no amor. Acredite Sra. Warlanda, isso é realidade. Não consigo entender os gestos que me são transmitidos. Até estou lendo aquele livro que fala sobre as expressões corporais, que cada posição, cada gesto e interjeição, já diz tudo que a pessoa está sentindo em relação a você. Mas mesmo assim esta complicado. Por exemplo, se você se apega demais, eles se assustam e caem fora; se você não se apega, eles também se espantam, e caem fora; e se você tenta um meio termo, eles já estão a quilômetros de distancia de você. O que posso concluir é que tudo costuma acontecer somente por fora, e não por dentro! Warlandinha, Warlandinha, se conseguires me ajudar a entender esses gestos subliminares e obscuros, eu prometo ler sua coluna semanal pelo resto da minha vida. Ah, e eu ainda nem comentei sobre as esperas. As esperas são as piores: espera-se um telefonema, que não chega; ou um e-mail, que não entra; uma mensagem de boa noite, que não vem. E você nunca sabe o que houve, e fica no vácuo, e claro, vupt, eles somem. Sim, somem. Alguns trocam até o número do telefone. Pois bem, as esperas cansam, e esperar demais pode não dar retorno.

Eu estou escrevendo porque já estou desesperado, a verdade é essa. Não sei a quem recorrer. E graças a essa “fragilidade” que tomou conta de mim nas ultimas semanas, estou eu aqui, escrevendo esse e-mail, a essa hora da noite, porque o sono, não chega, e o amor, também não vem. Sra. Warlanda, não sou um rapaz feio, nem burro, nem interesseiro, ao contrario, sou o oposto disso. Mas não consigo compreender o que acontece, o que ocorre sempre que conheço alguém e esse alguém foge sem dar um tchau, um telefonema, ou dizer não querer nada. Sabe, se eles dissessem que realmente não querem nada, que apenas querem se divertir, eu ficaria até satisfeito, pois ao menos saberia que o problema não está em mim, e sim neles. Eles que não enxergam o quão bom é ter alguém para poder contar; alguém que te apóie; que te ouça e entenda; que te explique o que você ainda não sabe; que esteja ao seu lado nos momentos de tristeza e felicidade; que te cuide quando doente; que tenha desejos similares; que tenha os mesmos gostos para comida; que goste dos mesmos jogos, filmes e música; que saiba o que quer e onde quer chegar; goste de viajar, fazer amigos e aprender línguas; que cultive sonhos e saiba que sem eles, não se vive; que valorize os pequenos momentos; que faça de uma simples ocasião, um momento especial; que deseje ter um filho, ou ao menos, um cachorro para chamar de filho; que queira ter seu lar; que queira construir coisas juntos, nem que seja um castelinho de cartas; que queira acordar em um domingo ensolarado de primavera, e olhar para o lado, e poder saber, confiar, sentir, que sim, aquele cara que não é a perfeição em pessoa, que pode estar descabelado, com bafo de cigarro, e babando pelo canto da boca, sim, que é com ele que você pode contar, pois ele é seu amigo, parceiro e namorado. Enfim, alguém para quem você deseja ser alguém melhor do que é. Pois você o gosta. Ou nutre carinho grande. Ou o ama. Afinal, não há nada melhor no mundo que se deixar permitir amar alguém.

Bom, Sra. Warlanda, é isso. Para quem não fala muito sobre “coisas do coração”, me superei. Quem sabe alguém que leia não fique interessado, não? Bom, nunca se sabe. Só por via das dúvidas: sou loiro, tenho 1,90 de altura e olhos azuis. Ah, eu não havia me apresentado, meu nome é Josimar. Caso alguém se interesse mande e-mail, ou faça contato pelo intermédio da Sra. Warlanda, pois afinal, ela sempre está pronta para ajudar aqueles que sofrem de amor, com uma palavra de consolo, ou os que precisam ser amados, com palavras de estimulo, não é Warlandinha?


Um comentário:

  1. Bah 1,90, loiro e olhos azuis!!!!

    O problema está com os outros e não com o Josimar!!!

    =]

    Já ouviu falar em maças do topo???!!!!!!!!!!

    Bjinho

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